Carros autônomos: mudanças nas leis, hábitos de consumo e muito mais

Carros que não precisam de condutores saíram dos filmes de ficção científica para a realidade. Apesar de não terem chegado ao mercado automobilístico, os veículos autônomos podem ser vistos em testes, como o modelo do Google, lançado em 2010, e que até o momento rodou mais de 320 mil quilômetros.

O principal objetivo destes automóveis é diminuir o número de mortes no trânsito, já que há anos os dados são alarmantes. Segundo o Portal do Trânsito, em 2013, mais de 42 mil pessoas perderam a vida nas estradas brasileiras. No ano anterior, os índices foram ainda mais graves, com 44.812 mortos.

Outros impactos

Ao mesmo tempo em que os carros autônomos trazem benefícios como ruas sem motoristas distraídos e congestionamento, interferem profundamente na arrecadação de tributos pelos municípios e também nas leis de trânsito.

Em um artigo no  Portal Norte-Americano Slate, o professor da Universidade do Arizona, Kevin Desouza, faz uma análise interessante destas mudanças. Primeiramente, ele utilizou a fala do CEO da Tesla, Elon Musk, na qual explica que será necessário, por exemplo, banir automóveis com motoristas reais das rodovias para garantir a organização do sistema.

Carros autônomos: mudanças nas leis, hábitos de consumo e muito mais

Quando isso acontecer, será que teremos multas de trânsito? Para Desouza, a resposta é negativa: “Assim que os carros autônomos se popularizarem, as receitas obtidas a partir de violações no trânsito, como excesso de velocidade e direção com motoristas alcoolizados acabarão”.

Equilíbrio entre perdas e ganhos

Para os governos municipais e estaduais, o impacto será grande nas contas. Apenas na capital paulista, a estimativa é de que são arrecadados R$ 1,5 mil com multas de trânsitos por minuto. Em Curitiba, o valor também é alto: entre janeiro de 2012 e março de 2013, foram recebidos R$ 46,8 milhões em infrações.

A queda na arrecadação não é considerada um motivo para se abandonar os projetos de carros autônomos, afinal, hoje grande parte do valor arrecadado nas infrações é revertido em melhorias do próprio trânsito e campanhas preventivas, por exemplo. Ou seja, com menos acidentes, menor seria a perda de vidas humanas – nosso recurso mais precioso.

Mudança de atitudes

Juntamente com estas melhorias, os carros autônomos poderão gerar ainda uma mudança no hábito de consumo da população mundial. Para entender melhor, reflita sobre a situação atual: nos Estados Unidos, os veículos permanecem inutilizados 95% do dia. Sem a dependência de motoristas, os automóveis poderão circular muito mais tempo, atendendo a diversas pessoas. Resumidamente, seria um novo sistema de táxi. Como consequência, as pessoas comprariam menos carros sozinhas, podendo até mesmo adquirir veículos com amigos e outros membros da família, para dividir custos.

Este cenário incrível pode se tornar realidade em menos de 10 anos. A expectativa é de que os primeiros veículos autônomos comerciais circulem nas ruas já a partir de 2020. Mas uma coisa é certa, as leis de trânsito precisarão ser revistas e adequadas de acordo com as novas tecnologias.

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