Uma prova de que o brasileiro tem investido cada vez mais em segurança são os dados apresentados pelo site Portal Auto, que mostram que o Brasil é líder mundial no mercado de blindagem. De acordo com o portal, em dez anos houve um aumento de 445% no número de veículos que passaram por esse processo. Com cada vez mais pessoas interessadas nesse tipo de medida extra de segurança, surge a dúvida: optar pela blindagem é a melhor opção?
Pessoas que se sentem em situação de vulnerabilidade certamente terão mais segurança ao circular pelas ruas em um veículo protegido. Mas é preciso ter em mente que o automóvel é desmontado por inteiro durante o procedimento. Além disso, antes de realizar o pagamento para qualquer empresa, é essencial conferir se ela é certificada pelo Exército Brasileiro, responsável por regular os estabelecimentos que fazem o processo de blindagem.
Blindar um automóvel custa praticamente o valor de um carro novo. Em um veículo pequeno, o investimento fica em torno de R$ 37 mil. Para carros sedãs e SUV, é preciso investir cerca de 50 e 60 mil reais, respectivamente.
O que vai influenciar também o preço são os níveis de proteção de blindagem. No Brasil, existem quatro níveis (I, II-A, II e III-A).
Nivel I
Embora resista a disparos de armas calibre 32 e 38, é a menor proteção disponível. Para este nível, existem kits padronizados para 20 modelos de carros. São as chamadas armaduras (mais leves que as tradicionais).
Níveis II e II-A
São resistentes a armas de calibre 9 milímetros e Magnum 357.
Nível III-A
Com uma resistência quatro vezes maior do que o primeiro nível, é a escolhida pela maioria dos compradores, sendo resistente a armas de mão de todos os calibres, inclusive pistolas. Além disso, também tem a melhor relação custo-benefício: já que um grande investimento será feito de qualquer maneira para blindar um veículo, o mais vantajoso é escolher o nível que proporciona mais proteção.
Contudo, é preciso ter em mente que o alto investimento para se ter um carro blindado não se limita ao preço da instalação. Automóveis blindados podem ser até 40% mais caros do que os comuns. Além disso, com o tempo pode ocorrer a delaminação dos vidros, em que a camada de policarbonato se descola e causa distorções ou até mesmo manchas, que podem atrapalhar a visibilidade, comprometendo a segurança dos passageiros. Uma solução paliativa para este problema pode ser feita, mas para um bom resultado a longo prazo, é preciso trocar a peça.
Devido ao aumento de peso da blindagem, a recomendação é que os motores sejam 1.8 ou superiores, e haverá mais gasto de combustível.
Outro ponto importante a analisar é que veículos blindados inevitavelmente necessitam de mais idas ao mecânico, já que exigem reparos com maior frequência. O peso das portas pode causar desalinhamento do carro, e fechá-las com as janelas abertas pode ocasionalmente trincar os vidros.
Veja também: O blindado mais insano do mundo: Huron APC